




Amazônia TanTan – O Projeto
É a música que escolhe a gente. Com esse pensamento saímos pelo litoral do Pará à procura de compositores populares, perguntando aqui e ali, mergulhados nas águas da intuição das marés criativas da Amazônia.
O ponto de partida foi Bragança, cidade com mais de quatrocentos anos no meio do maior mangue contínuo do planeta, cheia de festas, devoções, encantados, rabecas e danças…
LÁZARO – “Colhereira”
Lázaro Amorim Fernandes, um dos dez filhos de Pedro Melo, irmão de Domingos Melo, pioneiros a chegar na praia de Ajuruteua, no litoral atlântico de Bragança por volta de 1913, que fez dali a sua morada e se despediu desta vida. Vieram do Ceará fugindo da seca. É o líder comunitário da localidade, já foi pescador, continua tecendo redes de pesca, mas hoje se dedica a construir casas e a compor músicas, dando ênfase ao carimbó…
ANTÔNIO RABEQUEIRO – “Mazurca”
Antônio da Rabeca nasceu em Bragança, no ano de 1950, numa localidade chamada Almoço. Teve doze irmãos, dos quais onze estão vivos. Foi criado pela avó, desde que tinha um ano e três meses de idade. Filho de pai cearense e de mãe de sangue nordestino nascida no Pará. Antônio Vieira de Souza, 67, aprendeu a tocar rabeca ainda criança, treinava de noite, sob luz de lamparina, gastando o querosene da avó e de dia trabalhava no roçado.
LADAINHA – “Adeus morena”
Nem adianta chegar em Cafezal e procurar por Carlos Alberto Saraiva que ninguém conhece. Mas se perguntar pelo Ladainha a coisa muda de figura, é o maraqueiro mais conhecido da localidade.
O apelido recebeu ainda jovem quando costumava frequentar a igreja e já gostava de cantar. Nascido e criado naquela região que liga várias cidades com a tradição do carimbó, teve oportunidade de conhecer vários mestres da zona do salgado paraense, como Mestre Lucindo e Mestre Pelé, ambos de Marapanim, e Chico Braga, de Algodoal.
TICÓ – “No mar navega meu barco, Morena vamos comigo”
Os Quentes da Madrugada. Ainda não ouviu falar? Pois é o principal grupo de Santarém Novo, no Pará, que mantém uma tradição secular de carimbó na região, onde iniciou-se a campanha que conquistou o título de Patrimônio Cultural do Brasil. O grupo é formado por três curimbós – os tambores – a caixinha chamada rufo, maracas, reco recos e dois cantores, um deles, é Raimundo Correia Costa, conhecido como Mestre Ticó, 64, função que na verdade conquistou quando ainda tinha 12 anos de idade. Também é compositor.
VELOZ – “Maluco”
“Eu saio de casa em barco pesqueiro o mar é tão grande, eu a viajar. Lanço a minha rede, sou aventureiro, o giro das ondas vem me balançar. Eu vejo de longe o azul do céu, vejo de perto, verdes do mar, eu vejo de longe a nuvem que passa, sentada na areia… O amor é tão grande pra te abraçar”.
A composição é um breguinha gostoso de ouvir, que já tem quase 40 anos. Veloz, ou Raimundo dos Santos, 54 anos, tinha apenas 15, quando a compôs, em uma das vezes que foi com o pai ao mar num dia de pescaria. “A música sempre esteve na minha vida. Comecei sozinho, molecote, já compondo e cantando”.
TATU – “Esperando São Benedito”
Carlos Gomes, o gênio do Cavaco, ou simplesmente, Tatu, chegou a Bragança para tocar num bloco carnavalesco e se apaixonou pela cultura local. Amapaense nascido em Santana e criado na Serra do Navio, ele veio para Belém em 1978 para fazer Escola Técnica Federal do Pará e acabou ingressando no SAM – Serviço de Atividades Musicais da UFPA. O contato com a música, porém, foi bem mais cedo, aos oito anos.
ALEX RIBEIRO – “O que me resta”
Trazendo como principais influências Raul Seixas, Luiz Gonzaga, Elvis Presley, Jackson do Pandeiro e Roberto Carlos, Alex Ribeiro compõe há muitos anos e se planeja para gravar o primeiro EP. Nascido em Capanema, em 1983, vive desde 2005 em Bragança, onde trabalha no ramo da comunicação, apresentando um programa de TV e produzindo um programa na Rádio Educadora da cidade. O pai e a mãe sempre gostaram de cantar, mas na família costuma dizer que é o único que resolveu enveredar de forma profissional na música.
OS PRETINHOS – “O sapo” e “Essa dor me mata” (domínio público)
Mantido de forma oral, passando de pai para filho ao longo de gerações, o Grupo dos Pretinhos é uma das manifestações mais antigas e populares da comunidade de Santarém Novo, município paraense situado na região nordeste do estado. É organizado desde o início do século XX, tendo como característica particular a relação com a cultura dos negros que foram trazidos para a região como escravos. Para participar do grupo tem que ser menino, ter ao menos oito anos de idade e saber dançar.
Nossos Artistas
Veja mais histórias e os bastidores das gravações.


FICHA TÉCNICA
- Concepção, curadoria, direção musical e arranjos: Almirzinho Gabriel
- Direção de fotografia e cameras: Renato Chalu
- Assistente de fotografia e edição: San Marcelo e Eduardo Alves
- Gravação, edição, mixagem e masterização: Thiago Albuquerque
FICHA TÉCNICA
- Produção geral: Fagner Yanomani
- Design gráfico: Bina Jares
- Textos: Luciana Medeiros
- Ilustração: Filipe Almeida
- Produção executiva: Ampli Criativa
FICHA TÉCNICA
- Concepção, curadoria, direção musical e arranjos: Almirzinho Gabriel
- Direção de fotografia e cameras: Renato Chalu
- Assistente de fotografia e edição: San Marcelo e Eduardo Alves
- Gravação, edição, mixagem e masterização: Thiago Albuquerque
- Produção geral: Fagner Yanomani
- Design gráfico: Bina Jares
- Textos: Luciana Medeiros
- Ilustração: Filipe Almeida
- Produção executiva: Ampli Criativa